21 junho 2006

Preâmbulos

Tudo começou em um curso Imagem e Literatura, na Casa da Palavra, Rio de Janeiro. Lá pras tantas, uma enfadada (e um tanto enfadonha...) colega reagiu ao habitual canto de louvor ao espaço (não necessariamente à cidade) do Rio de Janeiro com uma peremptória e rasa declaração: “Não sei qual é graça... Corcovado, Pão de Açúcar... É tudo igual o tempo todo!...”
Dito que, além de indignar minha amiga Mônica Cox, me deixou perplexo, eu que, fotógrafo, mais não tinha feito nos últimos anos do que perceber (e saborear) as impressionantes variações de luz e cor das montanhas (e outras obras de arte, incluindo as pessoas) do Rio de Janeiro. Só de passagem, já acumulava dezenas de imagens do Pão de Açúcar.
Se queria escrever a partir de fotos, valia a pena fazer, e fiz, um desagravo mínimo, umas folhas xerocadas presenteadas à minha afrontada amiga. Tal impulso resultou em quatro ou cinco anos de passional registro das nuances visuais do Pão de Açúcar, além de um nunca patrocinado projeto de livro e uma bela parceria com Ricardo Siqueira (ele que, heroicamente, já publicou alguns livros), mas que também não deu certo.
Agora, casualmente exatos dez anos depois, chega a hora de pegar Pão de Açúcar Tempo Todo e apresentar neste Livri. O que é ótimo: além de me prestar o favor de resgatar esta história, abre, se não os horizontes, ao menos as gavetas, mesmo que, no meu caso, não passem daquelas coloridas e manjadas pastas de plástico sanfonado...
E, o que é duplamente ótimo, me dá a oportunidade (e o prestígio) de ter sua atenção, leitor.
Ou seja, muito obrigado!


Rio de Janeiro, junho de 2006.
Aguinaldo Araújo Ramos

1 Comments:

Blogger solfirmino said...

Gostei muito do seu trabalho, indicado pela Lena Ponte. Parabéns.

3:29 PM  

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